26 de ago. de 2008

A felicidade e a química cerebral da sáude

Por Deepak Chopra
É óbvio que as pessoas saudáveis são mais felizes que as doentes.E vários estudos vêm confirmando que o inverso também é verdadeiro: pessoas felizes são mais saudáveis que as infelizes.

Parece que a felicidade, que nada mais é do que ter pensamentos positivos a maior parte do tempo, provoca alterações químicas no cérebro que, por sua vez, exercem efeitos profundamente benéficos sobre o organismo.

Por outro lado, pensamentos negativos ou depressivos causam alterações químicas que prejudicam o corpo.

As substâncias químicas do cérebro, pelas quais os pensamentos operam, são chamadas de neurotransmissores.Pelo menos trinta tipos diferentes de neurotransmissores já foram identificados. A proporção em que cada um deles aparece depende do estado de espírito cultivado pela pessoa ao longo da vida.

Uma vez que controlamos conscientemente os pensamentos - escolhemos o que pensar -, é claro que a química cerebral pode ser controlada com facilidade, embora seja muito difícil oferecer provas científicas desse fato.
Pensar é exercitar a química cerebral.

É ela que induz a secreção hormonal em várias regiões do cérebro, como o hipotálamo e a hipófise, e esses hormônios transmitem mensagens a todos os órgãos do corpo.

Analisemos, primeiramente, alguns exemplos específicos de pensamentos negativos.
A raiva e a hostilidade aceleram os batimentos cardíacos, elevam a pressão arterial e deixam a pessoa vermelha, entre outras coisas.

A ansiedade também acelera o coração e faz a pressão subir, provoca tremores nas mãos, suor frio, peso no estômago e fraqueza generalizada.

Os distúrbios mentais sérios há muito tempo são relacionados a alterações químicas no cérebro. Para citar um pesquisador:"Não há um único pensamento distorcido sem que haja também uma molécula distorcida".

Do mesmo modo, pensamentos positivos, alegres, amorosos e tranqüilos, como compaixão, amizade, bondade, generosidade, afeto, calor e intimidade produzem estados fisiológicos correspondentes através do fluxo de neurotransmissores e hormônios pelo sistema nervoso central.

As profundas mudanças fisiológicas induzidas por pensamentos positivos levam à boa saúde porque são intermediadas por neurotransmissores estimulantes.

Se, como já vimos, o sistema imunológico estiver enfraquecido devido a raiva, apatia, ressentimentos, conflitos e tristeza , então os pensamentos positivos aumentam a resistência do organismo à doença através de um processo semelhante, cujo resultado é inverso.

O "efeito placebo" é um exemplo desse conceito. O placebo é um comprimido feito de açúcar e corante. Ele é dado aos doentes como se fosse um remédio autêntico, e funciona porque os pacientes acreditam que ele vai funcionar.

Um grupo de pacientes que apresentava hemorragia provocada por úlcera recebeu do médico um comprimido descrito como a mais moderna e potente droga para o tratamento de úlceras.
70% por cento dos pacientes deixaram de sangrar imediatamente.Para outro grupo de pessoas na mesma situação, o médico disse que a droga era experimental e sua eficácia, desconhecida; em apenas 25% dos pacientes a hemorragia cessou. Todos eles haviam tomado apenas um placebo.

Esse tipo de pesquisa tem ramificações que nem imaginamos.Antigamente, pensava-se que o placebo funcionava porque o paciente enganava a si mesmo.
Os médicos reconheciam sua eficácia, mas consideravam-na apenas um curioso efeito colateral psicológico.
Hoje sabemos que os placebos põem em funcionamento os mecanismos de cura do próprio organismo (já descrevi os anestésicos naturais que o corpo produz com essa finalidade).
Os placebos são os melhores remédios do mundo. Os esquisadores estão começando a ver as possibilidades oferecidas pelo emprego do efeito placebo no tratamento de problemas orgânicos graves, inclusive o câncer.

Norman Cousins, cujos livros despertaram o público para esse fato, afirma: "O placebo não é um remédio, mas o médico interior".

Os placebos funcionam pela liberação de neurotransmissores. Isso significa que a substância ativa dos placebos são os pensamentos do paciente.

Naquele caso das úlceras, a hemorragia de um dos grupos cessou porque os doentes acreditaram que o comprimido funcionaria, e quanto menor a fé, menor a cura.
Os placebos são tão poderosos que alguns pacientes que se queixavam de náuseas se sentiram imediatamente aliviados depois de tomar o remédio oferecido pelo médico.

Acontece que aquele medicamento induzia as náuseas. Quando a fé é bem canalizada, pode alterar completamente e não apenas realçar a "realidade" das drogas.

Quando se acredita que um comprimido alivia a dor de cabeça, abaixa a pressão, melhora o desempenho sexual, dá mais energia, aumenta o apetite, faz emagrecer ou engordar, e até mesmo que cura um tumor maligno, pode apostar que os resultados serão exatamente esses.

Para que os pensamentos sejam capazes de curar, devem ser mantidos com simplicidade e julgados sinceramente como verdadeiros durante um certo período de tempo; quanto mais um padrão de pensamento curativo influencia os neurotransmissores adequados, mais esses neurotransmissores podem influenciar a fisiologia do cérebro.

A esta altura o leitor já deve ter percebido onde quero chegar. A evidência é inequívoca.
Falamos sobre problemas comuns, porém sérios, como pressão alta, doenças cardíacas, câncer, excesso de peso, fadiga crônica, depressão, síndrome de exaustão e doenças psiquiátricas.

Vimos que a mente desempenha um papel crucial na gênese de todos esses distúrbios. Em meu ponto de vista, isto também é verdadeiro com relação a qualquer outra doença.
Úlceras manifestam-se em pessoas hipertensas, ansiosas .

Colite ulcerosa, um distúrbio intestinal doloroso, aflige pessoas compulsivas e obsessivas .
Impotência e vários outros problemas sexuais são, quase sempre, devidos a um desempenho ansioso.

Acidentes acontecem com mais freqüência com pessoas caracteristicamente distraídas, que atraem infortúnios.

Podemos continuar falando sobre numerosos outros exemplos bem documentados. À medida que nos aprofundamos na patogênese da doença, no entanto, surge uma verdade primeira:
Toda doença resulta da interrupção do fluxo da inteligência.

Quando as pessoas falam de inteligência, referem-se quase sempre ao intelecto e como este intelecto age com relação aos conceitos.Mas a inteligência não está apenas na cabeça. Pode expressar-se a nível subcelular, celular ou de tecido ou, ainda, em nível do sistema nervoso central.

Enzimas, genes, receptares, anticorpos, hormônios e neurônios são expressões da inteligência.E eles possuem uma inteligência . Regulam funções essenciais com conhecimento perfeito e fazem isso nos postos mais avançados e mais distantes do organismo, longe do castelo onde o intelecto se assenta.

Apesar de podermos localizar todas essas expressões da inteligência, a inteligência em si não pode ser localizada. Permeia cada nível de suas manifestações; infiltra-se toda em nós e é, por natureza, universal.

A inteligência é mente e, como veremos, sua finalidade abrange o cosmos. Seríamos precipitados em supor que ela opera apenas nos extremos longínquos do cérebro. Naquele sentido, todo o processo da doença se desencadeia a partir do vasto palco da mente.

Nenhum comentário:

Cérebro de alguém com Alzheimer - Direito

Cérebro de alguém com Alzheimer - Direito

MEUS BLOGs